Política
ADOÇÃO DE CRIANÇAS
Polêmica
Galli é contra adoção de
crianças por gays e apoia
Dia do Orgulho Hétero
Jacques Gosh
Deputado federal Victório Galli (PSC) diz que o Congresso não pode aprovar projetos que se chocam com os ensinamentos da Bíblia Sagrada. Todavia, o parlamentar garante que não é homofóbico.
O deputado federal Victório Galli (PSC), representante de Mato Grosso na Frente Parlamentar Evangélica, afirma que não foi eleito para entrar em confronto com o movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). Entretanto, já se posiciona favorável ao Estatuto da Família, que veda a adoção de crianças por casais homoafetivos e a criação do Dia do Orgulho Hétero. Os projetos desarquivados pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devem gerar embates entre cristãos e ativistas gays apoiados pelas bancadas do PT e Psol.
Nesta semana, Cunha liberou a retomada
das discussões sobre o Estatuto da Família.
O texto define família apenas como união entre
homem e mulher e aponta para proibição da
adoção de crianças por casais homossexuais.
Uma Comissão Especial foi criada para acelerar a tramitação do projeto. Conforme o Regimento Interno, a votação final ocorre na própria comissão sem precisar passar por análise de outros quatro colegiados. Além de restringir a adoção por homoafetivos, o Estatuto da Família ainda pode impedir a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia.
Segundo Galli, o Congresso Nacional não pode aprovar projetos que se chocam com os ensinamentos da Bíblia Sagrada. O parlamentar também lembra que no livro de Gênesis explica que Deus criou homem e mulher à sua imagem e semelhança. “Casal é macho e fêmea. Homem com homem e mulher com mulher pode ser par, mas nunca casal. Sou contra a adoção de crianças por homossexuais. Não podemos mudar a maior constituição, que é a Bíblia”, disse Galli.
Sobre a criação do Dia do Orgulho Hétero, de autoria do próprio Eduardo Cunha, Galli afirma que votará favorável ao projeto que institui o terceiro domingo de dezembro para combater o “estímulo à ideologia gay”. “Este projeto é menos importante que o Estatuto da Família e pode servir apenas para criar polêmica com os LGBT. Mesmo assim, me posiciono favorável”, completa.
O deputado também garante que não é homofóbico, porque nunca perseguiu nem discriminou os homossexuais. Pelo contrário, o parlamentar do PSC ressalta que luta para que todos se convertam e deixem de lado as condutas pecaminosas. “Não discrimino ninguém. Apenas defendo aquilo que é certo. Hoje em dia quem critica os gays é apedrejado. Mesmo assim, mantenho meu posicionamento a favor da família e das verdades bíblicas”.
A Frente Parlamentar Evangélica apoia a iniciativa do presidente da Câmara, de barrar a tramitação de qualquer projeto de lei no sentido de ampliar o direito ao aborto no Brasil. A bancada que abriga Galli é composta por 82 parlamentares sob a liderança do Pastor Paulo Freire (PR-SP).