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Atraso no plantio do algodão em Mato Grosso preocupa produtores e compromete safra 2024/2025

Chuvas fortes e prolongadas em 30 municípios geram incertezas no setor agrícola e podem afetar colheitas de algodão, soja e milho

As intensas chuvas que atingiram Mato Grosso nas últimas semanas causaram um atraso significativo no plantio do algodão, gerando preocupações entre os produtores locais. Até o momento, 30 municípios do estado decretaram situação de emergência devido aos impactos das condições climáticas adversas, que comprometeram tanto a semeadura quanto as colheitas de outras culturas, como soja e milho.
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apontou, no boletim mais recente, que até 24 de janeiro, apenas 28,57% da área projetada para a safra de algodão havia sido plantada, o que representa uma queda de 48,48% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa situação eleva as incertezas em torno da produção, já que o ciclo do algodão é altamente sensível a alterações climáticas e ao tempo de plantio.
O presidente da Associação Mato-Grossense de Produtores de Algodão (AMPA), Orcival Guimarães, afirmou que o atraso na semeadura pode impactar tanto a rentabilidade dos produtores quanto a oferta de pluma para a indústria têxtil. “Esse descompasso compromete a estabilidade da produção, que depende de uma janela de plantio precisa”, alertou Guimarães.
Impactos na cadeia produtiva do agronegócio
Mato Grosso é o maior produtor de algodão do Brasil, e sua produção está diretamente ligada à colheita da soja, cujos atrasos também afetam o calendário agrícola do estado. Segundo o IMEA, menos de 5% da área destinada à soja foi colhida até o momento, agravando os prejuízos no campo e ampliando o tempo de espera para o plantio do algodão.
Guimarães também destacou que, além do algodão, o milho também sofre os impactos dessa cadeia atrasada, pois a semeadura de milho ocorre após a colheita da soja. O prolongamento da janela de colheita da soja impacta diretamente o cronograma das demais culturas, aumentando o risco de perdas produtivas.
Recuperação e perspectivas
Apesar dos desafios enfrentados, os produtores esperam que as condições climáticas melhorem nos próximos dias, permitindo a recuperação do tempo perdido e a continuidade da semeadura dentro dos novos prazos. “Ainda há esperança de que os produtores consigam recuperar parte do atraso, desde que o clima colabore”, afirmou o presidente da AMPA.
Na safra 2023/2024, Mato Grosso consolidou-se como o maior produtor de algodão do Brasil, com uma área plantada de 1,4 milhão de hectares, o que representou 72% da produção nacional. A expectativa é que, apesar dos contratempos, o estado continue a liderar a produção, mas os riscos são grandes para a safra 2024/2025, que dependerá de um clima mais favorável nos próximos meses.
O impacto das chuvas e os atrasos nas semeaduras criam um cenário de incerteza para os produtores de Mato Grosso, que têm se preparado para uma safra desafiadora. O agronegócio local espera que o tempo melhore para minimizar os prejuízos e garantir a continuidade da produção de algodão, soja e milho, vitais para a economia do estado e do Brasil.
Jornal O Comunitário – Da Redação
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