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Austrália apresenta o primeiro olho biônico do mundo com potencial para restaurar a visão total

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Sistema Gennaris promete revolucionar a vida de milhões de pessoas cegas ao estimular diretamente o cérebro e devolver a percepção visual

Equipe da Universidade de Monash apresenta o Gennaris, o sistema de visão biônica desenvolvido na Austrália – FOTO: Divulgação/Monash University

Pesquisadores da Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, anunciaram um avanço que pode mudar radicalmente o futuro da medicina e da acessibilidade: o desenvolvimento do Gennaris Bionic Vision System, o primeiro olho biônico totalmente implantável com capacidade de restaurar a percepção visual em pessoas cegas. A inovação representa uma conquista sem precedentes, ao permitir que o cérebro volte a interpretar estímulos visuais, mesmo em casos de perda total da visão causada por lesões no nervo óptico.

O funcionamento do Gennaris é baseado na combinação entre tecnologia de ponta e neurociência. Por meio de um par de óculos equipados com uma câmera, as imagens captadas do ambiente são enviadas a um processador externo, que traduz os dados em sinais elétricos. Esses sinais, por sua vez, são conduzidos a um conjunto de microeletrodos implantados diretamente no córtex visual do cérebro, onde geram impulsos capazes de formar representações visuais — como formas, sombras e contornos. Assim, mesmo sem o uso dos olhos, o cérebro volta a “ver” por meio de estímulos artificiais cuidadosamente programados.

A eficácia do sistema foi validada em testes com animais, nos quais o implante cerebral foi aplicado em ovelhas sem apresentar efeitos adversos relevantes. Os resultados encorajaram a equipe a avançar para os ensaios clínicos com seres humanos, previstos para acontecer em breve. Caso os próximos testes obtenham sucesso semelhante, o Gennaris poderá beneficiar milhões de pessoas em todo o mundo que perderam completamente a visão.

Embora ainda não proporcione uma visão detalhada como a natural, o sistema já se mostra promissor ao permitir que o usuário tenha noção espacial do ambiente, identifique obstáculos, pessoas e objetos próximos — o que representa um salto significativo em autonomia e qualidade de vida para quem vive com deficiência visual.

Além do impacto direto sobre a cegueira, os pesquisadores acreditam que essa tecnologia poderá abrir caminho para aplicações ainda mais amplas. A estimulação cerebral artificial, como a utilizada no Gennaris, poderá ser adaptada futuramente para tratar outras condições neurológicas complexas, como paralisias, lesões na medula espinhal, epilepsia e até distúrbios psiquiátricos graves, como a depressão resistente.

A iniciativa, que levou mais de uma década de pesquisa e desenvolvimento, conta com apoio do governo australiano e posiciona o país na vanguarda global da bioengenharia aplicada à saúde. O Gennaris, portanto, não é apenas um feito técnico; é uma promessa real de inclusão, independência e dignidade para milhões de pessoas que, até agora, viviam no escuro — literalmente.

Jornal O Comunitário – Da Redação/Conteúdo

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