Símbolo da história e da convivência social da cidade, o antigo Clube Humaitá pode abrigar a Defensoria Pública, reacendendo a esperança de ver o espaço novamente em vida

Na Rua Coronel José Dulce, o tempo parece ter parado diante das portas, dos portões e das janelas de inúmeros casarões, em especial, do Clube Humaitá.
Ali, onde por décadas ecoaram risos, músicas e passos de dança, hoje reina o silêncio — o mesmo silêncio que há anos cobre as lembranças de uma cidade que aprendeu a viver entre a saudade e o desejo de recomeçar.
Fundado em 1946, o Clube Humaitá foi mais do que um espaço de lazer. Foi palco de histórias, encontros e amizades. Sua quadra de esportes, sua piscina e suas amplas instalações deram forma a um capítulo inteiro da vida social de Cáceres. Cada baile, cada competição e cada festa escreveram, nas paredes ainda de pé, fragmentos da identidade cacerense.
Hoje, parte do espaço – a quadra de esportes – abriga o Ganha Tempo, serviço público que leva agilidade à população — um sinal de que o Humaitá ainda serve à cidade, mesmo que de forma diferente. Mas a maior parte do prédio permanece parada no tempo, como se esperasse que alguém o despertasse do abandono.
Essa espera pode estar chegando ao fim. Em sessão ordinária recente, a Câmara Municipal de Cáceres debateu a possibilidade de doar o imóvel do antigo Clube Humaitá para a instalação da Defensoria Pública. O projeto de lei, que trata do termo de cessão de uso entre a Prefeitura e a Defensoria, será lido na próxima sessão e deve entrar em pauta para votação.
Para a reportagem O Comunitário – o presidente da Câmara, Flávio Negação, cacerense nato, destacou a importância simbólica da proposta:

“O Humaitá faz parte da nossa história. Não podemos deixar que um espaço que foi tão importante para o povo de Cáceres continue esquecido. É preciso resgatar o valor histórico e social desse lugar e dar a ele uma nova função, voltada ao bem público”, afirmou.
Entre a memória e a esperança, o destino do Clube Humaitá volta a ser tema de debate.
Mais do que um prédio antigo, ele representa a lembrança viva de uma cidade que se construiu entre tradição e mudança — e que agora tem a chance de transformar o passado em futuro.
Porque todo patrimônio que guarda a alma de um povo merece mais do que lembrança: merece renascimento.
Jornal O Comunitário News – Da Redação
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