Esporte
CRAQUE DE BOLA: Palmeiras revela Joaquim “El Mago”, 8 anos de idade, o novo fenômeno do futebol

Conheça Joaquim ‘El Mago’, promessa de 8 anos do Palmeiras e mais jovem patrocinado pela Adidas
A prolífica base do Palmeiras tem um novo – e muito jovem – jogador a ser observado. Joaquim Lucas tem apenas 8 anos, mas parte de sua vida já não é mais como a de um garoto comum da mesma idade. Seu talento o levou imberbe ao Palmeiras e chamou a atenção da Adidas, fazendo com que o garoto se tornasse o mais jovem a ser patrocinado pela fornecedora alemã de material esportivo.
“Com 11 meses ele já chutava bola”, conta o pai, Renato Messias. Quando o filho tinha 3 anos, o técnico de manutenção de avião percebeu que o menino era talentoso no esporte. Matriculou a criança, então, numa escolinha de futebol em Sorocaba, interior de São Paulo, onde a família mora.
“O dono da escolinha não queria aceitá-lo porque a idade mínima era 5 anos. Mas mandamos um vídeo do Joaquim jogando bola no condomínio e ele mudou de ideia”, recorda-se Messias. No vídeo, Joaquim, aos 3 anos, jogava bola na quadra do condomínio com garotos três anos mais velho do que ele.
O pai procurou peneiras em grandes clubes de São Paulo e viu que o Palmeiras realizava seletivas com frequência. Levou o garoto, já com 5 anos, para o teste. Ele precisou dar poucos toques na bola para convencer a técnica do futsal de que tinha de ser aprovado. “Já sabia que estava aprovado antes de sair o resultado”, disse Joaquim, emulando no início da carreira a marra de jogadores consagrados, como Romário, por exemplo. “Eu acho que sou diferente”, acredita o garoto.
O jovem atleta veste a 10 do time sub-8 de futsal do Palmeiras e se destaca pela habilidade, rapidez de raciocínio e inteligência na armação das jogadas. Vídeos com seus gols e dribles se tornaram virais nas redes sociais, sobretudo no Tik Tok, com milhares de visualizações.
“A gente não mostra pra ele esses vídeos que viralizam. Ele não tem celular e a gente administra o perfil dele nas redes. O que a gente posta a gente mostra. Não quero transferir essa responsabilidade para ele”, explica o pai.
A técnica, forma como conduz a bola e o cabelo longo e cacheado são as razões de a torcida tê-lo apelidado de “El Mago”, em referência ao chileno Jorge Valdivia, ídolo de parte considerável dos palmeirenses.
“O Palmeiras foi jogar no ano passado em Carapicuíba porque a quadra do clube estava interditada. A Mancha Alvi Verde de Carapicuíba foi lá, viu o garoto jogar com a 10 e o cabelinho cumprido e começou a chamá-lo de Valdivia. Até cantaram a mesma música. Aí pegou”, conta Messias.
“Ele faz gol e imita a comemoração do Mago, sai chorando”, acrescenta o pai, cheio de orgulho. O garoto não viu o meio-campista, já aposentado, em ação no time. Mas crê nas semelhanças com o chileno. “Eu acho que dá pra chegar no nível do Valdivia. Vi dois vídeos dele e somos parecidos”.
Sonho duplicado
Camisa 10 do sub-8 de futsal do clube paulista tem apelido que remete ao ídolo Valdivia, prefere Cristiano Ronaldo a Messi e quer repetir passos de Endrick: ‘Acho que sou diferente’
O sonho de ser ter uma trajetória bem-sucedida no futebol é duplicado na família. O pai, Renato Messias, bateu na trave. Foi jogador e chegou a defender o Palmeiras nas categorias de base, mas parou antes de se profissionalizar. “Passa um filme na cabeça”, diz. “É um passo muito grande. A gente sonha com essas coisas, mas não esperava tão cedo”.
Foi por isso que chorou no dia em que esteve no escritório da Adidas em São Paulo para assinar um acordo com a empresa alemã que garante ao filho três anos de patrocínio. Joaquim tinha 7 anos quando firmou o contrato para se tornar o mais jovem jogador da história patrocinado pela famosa fornecedora esportiva.
O menino não recebe dinheiro, ganha produtos da marca. De seis em seis meses, chegam na casa do garoto camisas e calções – incluindo da linha casual – e, claro, chuteiras. “Chuteira ele ganha sempre que tem lançamento”, diz Messias.
Joaquim foi indicado para a Adidas pelo empresário Bruno Martins, que atua como uma espécie de consultor esportivo da família. O agente de jogadores indicou o jovem a um profissional do marketing da empresa. “Falei da qualidade do garoto. Ele se encantou e conseguimos fazer esse contrato”.
O empresário chegou à família por meio de um pai de um colega de Joaquim. No início, Martins não queria trabalhar com o garoto pela pouca idade dele. Mas, como o dono da escolinha em Sorocaba, mudou de ideia ao ver o menino com a bola nos pés. “Ele veio jogar contra o Santos, eu fui ver e realmente me encheu os olhos. Tem habilidade muito diferente pra idade. Me chamou a atenção a forma como joga, a personalidade”, justifica.
‘Ele é diferente’
Joaquim treina duas vezes por semana no futsal do Palmeiras, pelo qual já ergueu taças, continua as atividade na escolinha em sua cidade natal, tem acompanhamento de um coach, Lulinha Tavares, que se define como um “preparador mental de atletas”, e faz treinamentos individuais com um profissional para aprimorar seus fundamentos.
“Ele é diferente. Mas ao mesmo tempo a gente fica assustado, se questionando “será que é mesmo?” Até agora, a gente não acredita no que está acontecendo. Mas não é possível que esteja todo mundo errado”, reflete o pai, com a certeza de que seu filho é uma joia a ser lapidada, mas com o receio de que a precocidade possa atrapalhar sua trajetória.
“Muito precoce. As coisas aconteceram naturalmente. Ele não procurou nada disso”, comenta a mãe, Sabrina Messias. Ela, hoje dona de casa, largou o emprego para levar o filho aos treinos e dar o suporte de que ele precisa.
Em breve, Joaquim deve fazer a transição para os gramados. O Palmeiras tem time a partir do sub-11. Até lá, o jovem quer evoluir em alguns fundamentos. “Só não sei fatiar a bola ainda no campo”, diz. “Quero que ele aprenda a jogar na ponta e no meio de campo. É cedo ainda pra dizer, mas no futsal, ele arma muito o time. A bola sempre passa pelos seus pés”, descreve o pai.
O pai deseja que o filho, aos 8 anos, apenas se divirta, embora os sonhos sejam grandes e muitos. “Quero jogar no Palmeiras e na seleção brasileira. Depois, meu sonho é jogar no Real Madrid”, diz o ambicioso jogador do futsal palmeirense. Do elenco do Palmeiras, ele é fã de Dudu. Neymar também é outro de seus ídolos. A adoração pelo atleta que mais gosta já não é mais a mesma pela idade. “O Cristiano Ronaldo é quem eu mais amo, mas ele já está velho”.
Ricardo Magatti
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