A cada ano, brasileiros descartam 60 quilos de alimentos, enquanto milhões enfrentam a insegurança alimentar; é urgente repensar hábitos e promover soluções sustentáveis
Arquivo/Reprodução
O desperdício de alimentos é um dos problemas mais alarmantes da atualidade, com um custo social e ambiental elevado. Segundo a FAO/ONU, as perdas anuais geram prejuízos que variam entre US$ 700 bilhões e US$ 900 bilhões, impactando diretamente a economia e o meio ambiente.
Em média, cada brasileiro descarta cerca de 60 quilos de alimentos ainda aptos para o consumo. Este cenário se torna ainda mais grave em um país onde a insegurança alimentar afeta milhões de pessoas. A naturalização do descarte de frutas e verduras em mercados e o desprezo por alimentos esquecidos na geladeira revelam uma desatenção preocupante.
De acordo com a FAO, 54% do desperdício global ocorre nas fases de manipulação pós-colheita e armazenamento. Em 2022, um relatório do PNUMA apontou que mais de um bilhão de refeições são descartadas diariamente, enquanto 783 milhões de pessoas lutam contra a fome.
Com o Brasil ocupando a 10ª posição no ranking global de desperdício, é essencial que a sociedade, incluindo governantes, tome medidas efetivas. A perda de alimentos não apenas gera desperdício, mas também implica na perda de recursos valiosos como água e terras agricultáveis, contribuindo para a emissão de gases de efeito estufa.
Pesquisadoras como Milza Moreira Lana, da Embrapa, enfatizam que o aumento do desperdício implica em uma maior necessidade de produção, exacerbando a pressão sobre os recursos naturais. A agricultura, por sua vez, já representa cerca de 25% das emissões de gases de efeito estufa e consome grandes quantidades de água.
Especialistas sugerem que soluções baseadas na natureza, como sistemas de agricultura regenerativa, podem ajudar a minimizar esses impactos. Tais práticas promovem a conservação do solo e a biodiversidade, além de serem mais sustentáveis.
No cotidiano, pequenas mudanças de hábito podem fazer uma grande diferença. Planejar compras, evitar excessos, e dar atenção às datas de validade são medidas que cada um pode adotar. A compostagem de resíduos orgânicos também é uma prática que contribui para um ciclo mais sustentável.
O desafio de garantir uma dieta nutritiva para todos de forma sustentável é grande, mas as mudanças em nossos hábitos podem proteger os recursos naturais e mitigar a insegurança alimentar. A conscientização de todos, desde líderes empresariais até consumidores, é fundamental para um futuro mais sustentável.
Jornal O Comunitário – Da Redação
SEJA PARCEIRO DO JORNAL O COMUNITÁRIO – PIX 998011615