Infartos e hipertensão matam mais mulheres do que homens, mas o tema ainda é pouco discutido
No Dia Internacional da Mulher, é importante lembrar que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres brasileiras, com infartos e hipertensão afetando cada vez mais o sexo feminino. Conscientização é o primeiro passo para salvar vidas – Reprodução
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil. Embora o infarto seja tradicionalmente associado aos homens, ele é responsável pela maior parte das mortes femininas no país. Em 2023, 37.332 mulheres perderam a vida devido a infartos agudos do miocárdio (IAM), enquanto outras 18.571 morreram por hipertensão, um número superior ao de homens vítimas dessa doença.
Esses dados fazem parte do levantamento “Evolução da Mortalidade Cardiovascular em Mulheres”, realizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e divulgado no Dia Internacional da Mulher. As doenças cardiovasculares, que incluem alterações no coração e sistema circulatório, mataram 182.066 mulheres em 2023, representando quase 50% do total de mortes por esse tipo de enfermidade no país.
“Embora as doenças cardiovasculares sejam reconhecidas como a maior ameaça à saúde das mulheres, ainda há uma falta de percepção sobre isso, tanto por parte da população quanto dos profissionais de saúde”, afirma Aurora Issa, cardiologista e Diretora do INC.
A hipertensão, por exemplo, vitimou 54,4% das mulheres no total de 34.155 mortes no Brasil em 2023, enquanto o infarto foi responsável por 40% das mortes relacionadas à doença. Mesmo com esses números alarmantes, muitas mulheres continuam a ser diagnosticadas tardiamente, o que agrava ainda mais a situação.
A data de hoje serve como um lembrete urgente sobre a importância de se discutir a saúde cardiovascular das mulheres e de reforçar a conscientização sobre os riscos dessas doenças, especialmente em um momento tão significativo.