Dossiê aponta gastos milionários no 40º FIPE em Cáceres e Vereadores pedem CPI

CPI pode ser instaurada para apurar denúncias de corrupção no FIPE

Os vereadores de Cáceres, Prof. Leandro Santos (União Brasil) e Marcos Ribeiro (PSDB), apresentaram na última Sessão Plenária desta segunda-feira (23) um dossiê sobre gastos milionários feitos pela Prefeitura Municipal na 40ª edição de um dos eventos mais tradicionais de Mato Grosso, o Festival Internacional de Pesca Esportiva (FIPE). Com isso, eles buscam instaurar a CPI do FIPE.

A investigação começou, com a indignação de parte da população cacerense com tanto dinheiro investido na festa, enquanto a cidade vive grande crise de emprego e renda, habitacional, na saúde e de infraestrutura. O gasto na realização do FIPE com dinheiro público foi de meio milhão de reais somente para pagar o grupo de destaque no evento, o Raça Negra, um valor que poderia ter sido revertido na melhoria de vida das pessoas, diz Leandro.

Leandro afirma que o dossiê é mais que uma denúncia, tem muita consistência e é preocupante. “Fizemos um trabalho detalhado, cansativo. Em uma cidade onde a miséria ainda é uma realidade como a nossa, não podemos nos dar o luxo de gastar meio milhão com uma única banda. A festa é importante? É, eu sei. Mas as pessoas são mais, as famílias, nossas crianças precisam. Além disso, não é o caso de não realizar o FIPE, mas sim de fazer isso de forma responsável, porque a festa passa e os problemas ficam”, diz ele.

Ele também destaca a grande importância que Cáceres já teve para Mato Grosso e há anos está em um ostracismo socioeconômico.

O encaminhamento na sessão plenária foi de garantir o acesso de todos os vereadores ao dossiê, para que analisem os fatos e decidam se vão aprovar ou não a CPI.

A prefeita Eliene Liberato (PSB) tem maioria na Câmara, porém o vereador Marcos avisou na tribuna que, caso a CPI não passe, o caso será levado ao Ministério Público. “A prefeita não diz que quer a verdade? Então, prefeita, não amarre seus vereadores e deixe a Casa apurar se houve excesso, porque é isso que a população quer saber”, disse Ribeiro.

Jornal O Comunitário – Assessoria

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