Manchete
“Doutor Aldo” não suportou o Coronavírus

Por Celso Antunes – DRT 0002074/MT
A data de 27 de setembro do ano de 2021, segunda-feira, logo cedo, estava com aspecto de tristeza. Havia no ar o sentimento de luto. Estampava-se um clima frio. Quase não se ouvia o canto do sábia, dos pássaros.
O bairro Jardim Paraíso – Cáceres/MT – amanheceu com a notícia de que “o Doutor Aldo morreu”. Era um pouco mais das 06 horas, quase às 07h. As pessoas, os transeuntes, os trabalhadores que passavam – viam a cena soturna.
Os moradores mais conhecidos, os vizinhos anunciavam “é o Aldo”. Sim, o Aldo Ferreira dos Santos estava morto.
A Polícia chegou ao local, rua Rio Pardo, casa de esquina, cor verde, alvenaria – e apurou o fato.
Na redação do Boletim de Ocorrência consta informações de que o Professor e Enfermeiro Aldo teria morrido vítima do vírus Covid 19. “Doutor Aldo” estava sozinho em casa.
A MÃE
Ele morava perto, numa distância curta da residência de seus pais Adonias e Dona Elza e demais parentes, família como um todo; aproximadamente 40 metros. Diante da notícia nada boa, o susto de uma mãe, o corre corre imaginável em que se anda, mas não se anda, ou seja, são passos acelerados na cadência de uma leve corrida, trata-se da vontade louca de se aproximar do ente querido, ao filho que protagonizava a triste notícia.
Nessa acelerada caminhada, Dona Elza deixa ecoar, isto é, ela solta a voz do choro, entoando: “- morreu Aldinho”. Quanto mais a mãe repetia, mais a tristeza se avolumava, aumentava, ficava grande… Os conhecidos, a família, amigos também choravam a morte de “Doutor Aldo”.
APELIDO
Desde menino dizia e se comportava enquanto Médico. Estudante da Escola dos Padres – Instituto Santa Maria – aprendeu a se dedicar à Leitura, tanto que foi Acadêmico de Letras na Unemat. Com esse desejo pelo conhecimento, alimentava o sonho de estudar Medicina nas renomadas Universidades Internacionais, e citava todas elas: “Oxford, Stanford…”
Mesmo com os seus anos de idade na casa dos cinquenta, ainda, pensava sentar numa cadeira universitária de Medicina: tinha planos para Bolívia. Ultimamente cursava Direito pela Estácio Fapan.
Nessa quimera, salutar devaneio estudou Enfermagem, com exercício profundo de leitura na área de Medicina, assim, conhecia muito ao ponto de ganhar a alcunha de “Doutor Aldo”.
Ele trabalhou nos Hospitais São Luiz, Regional de Cáceres. Também, nos Postos de Saúde, nos Assentamentos: onde e quando seus conhecimentos tinham a devida valia. A verdade é que por onde “Doutor Aldo” andava, passava deixava a sua marca de Bom Samaritano. Não pensava duas vezes para ajudar, fazer curativos, aplicar injeção, dar banhos, enfim, “Doutor Aldo” se inspirava em Madre Tereza de Calcutá, entre outros grandes nomes da Medicina.
O Enfermeiro do Povo, ou, Aldo da Saúde, nomes que ele também gostava de usar – deixou esposa Dária e uma filha que é Especialista em Odontologia – a Letícia.
Por fim, Aldo Ferreira dos Santos sai do convívio terreno: está num processo de descanso: dorme na esperança de ressurgir: ser ressuscitado quando da volta de Jesus Cristo. Amém.
