Festa com promessas de cargos e casas populares leva Ministério Público a pedir cassação de “Mirim” e seu vice
Promotor Eduardo Zaque pede cassação de prefeito eleito de Figueirópolis, Ademir Mirim – Reprodução
O Ministério Público Eleitoral apontou práticas de compra de votos na campanha de Ademir Felício Garcia, conhecido como “Mirim”, e seu vice, João Raposa Filho, ambos do Republicanos, e pediu a cassação do registro de candidatura e do diploma eleitoral. O pedido foi formalizado pelo promotor eleitoral Eduardo Zaque, após a coleta de provas, incluindo depoimentos de testemunhas, fotos e vídeos, no âmbito de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Segundo o Promotor Eduardo Zaque, em 7 de junho de 2024, foi realizada uma festa na fazenda do então prefeito de Figueirópolis D’Oeste, evento que contou com a presença de cerca de 150 pessoas e incluiu a distribuição gratuita de alimentos, bebidas e um show ao vivo. Durante a festa, os candidatos teriam feito promessas eleitorais, oferecendo cargos públicos e a facilitação da obtenção de casas habitacionais por meio de programas de moradia, em troca de votos nas eleições de outubro do mesmo ano.
Em defesa, os candidatos alegaram que o evento não tinha caráter eleitoral, sendo uma mera comemoração da inauguração de uma área de lazer da fazenda, onde foram convidados apenas amigos próximos. No entanto, as alegações foram refutadas com base em fotos que mostraram a decoração da festa nas cores do partido Republicanos, além de discursos políticos realizados durante o evento.
Uma das testemunhas, que compareceu à festa, relatou que foi convidada pela primeira-dama, que havia feito um cadastro de sua esposa para obter uma casa pelo programa Bolsa Família. “Quem me convidou foi a primeira-dama, que fez um cadastro da minha esposa para uma casinha. Ela nos chamou para ir lá. Se não fôssemos, perderíamos a casinha”, disse a testemunha.
O Promotor enfatizou que os fatos registrados configuram uma grave violação à liberdade do eleitor, especialmente os mais vulneráveis, ao corromper a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral. Por isso, Zaque solicitou a aplicação das penalidades previstas na Lei das Eleições, com a cassação do registro ou diploma dos candidatos.
Jornal O Comunitário – Da Redação/Conteúdo
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