Saúde
MOSCA NA COMIDA: Pastorello propõe substituição das marmitex por vale-refeição após novos casos de insalubridade

Vereador pede solução para a alimentação de servidores da UPA de Cáceres após relato de ovos de mosca varejeira em marmitas; proposta é a concessão de vale-refeição de R$ 25 por dia

Na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (24), o vereador Cézare Pastorello (PT) apresentou uma proposta que visa substituir as marmitex fornecidas aos servidores da UPA de Cáceres por vale-refeição em dinheiro, após sucessivos relatos de insalubridade e baixa qualidade das refeições. “Não é a primeira, nem a segunda, terceira ou quarta vez que os servidores nos relatam problemas com a alimentação. A situação persiste, mesmo após fiscalização das autoridades sanitárias”, afirmou Pastorello, destacando que o problema continua afetando a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
A situação de insalubridade chegou a um ponto crítico, com novos casos envolvendo larvas de moscas e até carrapatos nas marmitas oferecidas. “A mera presença de larvas de moscas deveria ser motivo suficiente para que essa questão fosse tratada com urgência”, alertou o vereador. Ele ainda ressaltou que, apesar das denúncias recorrentes e das notificações feitas às empresas responsáveis pela alimentação, as falhas não foram corrigidas, levando os servidores a uma situação indesejável e perigosa.
A proposta de Pastorello busca garantir uma alimentação mais digna aos profissionais da saúde. A solução apresentada é a concessão de um vale-refeição de R$ 25 por dia para cada servidor plantonista, o que totaliza cerca de R$ 350 mensais, um valor compatível com os preços de mercado e que pode ser utilizado para comprar refeições em restaurantes locais, aplicativos de delivery ou até mesmo para a compra de alimentos para preparo próprio. A medida visa dar mais autonomia aos servidores, permitindo que escolham as opções alimentares que atendam às suas necessidades nutricionais e preferências.
A iniciativa foi bem recebida pelos demais vereadores, que reconheceram a importância de garantir condições adequadas de trabalho para os profissionais da saúde. A vereadora Elis Enfermeira (PL) se uniu a Pastorello, assinando a proposição. A expectativa é que o Executivo Municipal avalie a proposta e tome as medidas necessárias para sua implementação.
Novas denúncias e a falha na gestão da saúde pública
As novas denúncias reforçam a necessidade de uma solução imediata. Pastorello também destacou que o modelo atual de fornecimento de refeições não contempla as necessidades específicas dos servidores, como aqueles com restrições alimentares devido a condições de saúde, como celíacos, alergias alimentares e até questões religiosas. “Alguns servidores não podem consumir as marmitas, pois não atendem suas exigências alimentares”, explicou o vereador.
A proposta de substituição das marmitex por vale-refeição traz diversas vantagens. Além da autonomia e flexibilidade para escolher onde e o que comer, a medida também pode beneficiar o comércio local e melhorar a economia, já que os trabalhadores teriam mais opções alimentares. Estudos mostram que a possibilidade de escolha no que se come contribui para o aumento da satisfação e bem-estar dos funcionários, refletindo positivamente no ambiente de trabalho.
Uma medida necessária, mas que revela negligência na gestão?
É importante destacar que a atual situação, que persiste há tanto tempo, aponta para uma possível negligência na gestão da saúde pública em Cáceres, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de alimentação adequada para os servidores da UPA. A falta de soluções efetivas para a qualidade das refeições, mesmo após repetidas fiscalizações, demonstra uma falha que não pode ser ignorada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela gestão da prefeita Eliene Liberato Dias.
A continuidade dos problemas alimentares, a despeito das notificações e tentativas de fiscalização, revela que a atual administração talvez não esteja tratando a questão com a devida seriedade ou com a urgência necessária. A ausência de uma resposta satisfatória aos servidores coloca em risco não apenas a saúde deles, mas também a qualidade do atendimento prestado à população. Portanto, seria pertinente que a prefeita e o secretário de saúde atentassem para as falhas sistemáticas na gestão da alimentação e buscassem alternativas urgentes para garantir não só a saúde dos servidores, mas também a eficiência e dignidade no atendimento à comunidade.
O tempo para solucionar essas questões se esgota, e a adoção de medidas como o vale-refeição não apenas resolveria uma problemática histórica, mas também refletiria o compromisso da gestão com a qualidade de vida e o bem-estar de seus profissionais.
Jornal O Comunitário – Da Redação/Assessoria
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