Conecte-se conosco

Política

Pastorello e servidores de Cáceres lideram debates sobre IA e Controle Interno no Legislativo no 15º Engitec em Brasília

Publicado

em

Cáceres compartilhando experiências sobre modernização e transparência no legislativo

Vereador Pastorello e servidores de Cáceres compartilham experiências sobre IA e controle interno no 15º Engitec, realizado em Brasília – FOTO: Reprodução/Adaptação – Celso Antunes

A Câmara Municipal de Cáceres, Mato Grosso, demonstrou seu protagonismo e compromisso com a vanguarda da inovação legislativa durante o 15º Encontro Nacional de Tecnologia e Inovação do Legislativo (Engitec). Realizado em Brasília nos dias 4 e 5 de junho, o evento, que é uma referência nacional para a modernização das casas legislativas, contou com duas participações de destaque de representantes cacerenses: o vereador Cézare Pastorello (PT), que palestrou sobre Inteligência Artificial (IA), e os servidores Lucas Sposito e Jefferson Blun, que abordaram o tema do Controle Interno e Transparência.

O Engitec consolidou-se como um dos mais importantes fóruns de discussão sobre tecnologia e inovação para o Poder Legislativo no Brasil. Em sua 15ª edição, o evento reuniu parlamentares, servidores, gestores e especialistas de todo o país, promovendo a troca de experiências e a disseminação de boas práticas. Com foco em temas imprescindíveis para a otimização dos processos legislativos, o aumento da transparência e o fomento à participação cidadã, o Engitec reafirma seu papel fundamental na construção de um legislativo mais eficiente, moderno e conectado às demandas da sociedade. A parceria com instituições como o Interlegis e o Tribunal de Contas da União (TCU), que sediou parte do evento, sublinha a relevância e o alcance da iniciativa.

No dia 4 de junho, o vereador Cézare Pastorello, que também é servidor de TI na Justiça do Trabalho, trouxe ao público do Engitec uma profunda reflexão sobre “Ética e Governança da IA no Processo Legislativo”. Relembrando sua participação na edição de 2023, quando a IA generativa ainda era uma novidade incipiente, Pastorello traçou um panorama da evolução tecnológica, desde a resistência inicial ao uso de computadores até os complexos dilemas atuais impostos pela Inteligência Artificial.

“Havia um dilema ético na década de 90 sobre reaproveitar peças previamente produzidas”, recordou o vereador, comparando com a atual hesitação em admitir o uso de ferramentas de IA. Ele destacou a “revolução intelectual” que a IA representa, apresentando o desafio de utilizá-la para o bem comum, seja reduzindo a carga horária de trabalho para todos ou correndo o risco de aumentar o desemprego.

Pastorello alertou para os perigos da IA sem a devida verificação humana, citando o escândalo do relatório de saúde nos EUA gerado por IA com informações falsas, configurando o que ele chamou de “fake news institucional”. Abordou também a urgência de um marco regulatório para a IA no Brasil, analisando o Projeto de Lei 2338 do Senado, que, apesar de suas 243 emendas e um vacatio legis de 720 dias, considera “anacrônico” diante da velocidade da evolução da IA. “A gente já deveria no mínimo ter algo aprovado na lei em relação à governança e à ética”, afirmou.

O vereador enfatizou princípios imprescindíveis para a regulamentação e o uso da IA, como a “centralidade da pessoa humana, transparência, não discriminação, supervisão humana, responsabilidade e prestação de contas”. Ele propôs que as casas legislativas, enquanto aguardam a lei federal, podem criar suas próprias resoluções, definindo níveis de capacitação e protocolos para o uso autorizado, supervisionado e restrito da IA. “O uso ético da IA é bom para todo mundo”, concluiu, antes de alertar para as “armadilhas” como a crença de que “a IA sabe tudo” e a ilusão de que “ninguém vai descobrir” seu uso.

Pastorello encerrou sua palestra projetando um futuro com a Inteligência Artificial Geral (AGI) até 2027 e a Superinteligência Artificial (ASI) até 2030, conclamando a geração atual a assumir a “responsabilidade histórica” de garantir a democracia e a liberdade frente a essas transformações.

Roda de discussão: IA na prática legislativa

Na sequência de sua palestra, Cézare Pastorello juntou-se a outros especialistas em uma roda de discussão para debater questões atuais e futuras da IA no Legislativo. Questionado sobre os primeiros passos para Câmaras Municipais que estão começando a explorar a IA, Pastorello reiterou a importância da capacitação. “Nós temos que investir no ser humano, investir muito e ainda não vai ser suficiente para fazer bom uso da inteligência artificial.” Ele sugeriu um processo similar à implantação da LGPD: “Presidente da Câmara, vereadores, Mesa Diretora definem: ‘Vamos implantar’. Então, faz o seu comitê, define qual vai ser o orçamento, quais vão ser os programas de capacitação.”

Sobre a normatização interna, o vereador defendeu a necessidade de regras claras, adaptadas à realidade brasileira. “Aqui no Brasil, se a gente não coloca regras escritas, as pessoas não seguem as regras convencionadas”, ponderou, sugerindo que as resoluções internas definam competências e responsabilidades. Ele também expressou a esperança de um “chat SPL” (Sistema de Processo Legislativo) centralizado, especialmente para Câmaras com menor estrutura, como forma de democratizar o acesso à tecnologia.

Anúncio Patrocinado

Servidores de Cáceres: Fortalecendo o Controle Interno Municipal

No dia seguintes, 5 de junho, foi a vez dos servidores da Câmara Municipal de Cáceres, Lucas Sposito (controlador interno) e Jefferson Blun (ouvidor), apresentarem suas experiências sobre a “Implantação do Sistema de Controle Interno no Âmbito do Poder Legislativo Municipal”.

Lucas Sposito iniciou explicando a onipresença do controle no cotidiano e sua importância na administração pública, desmistificando a burocracia. “Burocracia nem sempre é ruim, é uma coisa boa também”, afirmou, ressaltando seu papel na garantia da legalidade e da transparência. Ele detalhou a fundamentação constitucional e legal do controle interno (art. 74 da CF, Lei 4.320, LRF) e apresentou modelos internacionais como o COSO (com seus cinco componentes: ambiente de controle, avaliação de riscos, atividades de controle, informação e comunicação, e monitoramento) e as três linhas de defesa do IIA (gestão, controles internos e auditoria), recentemente incorporadas pela nova Lei de Licitações.

Sposito utilizou exemplos práticos para ilustrar a necessidade e os desafios da implementação de um sistema de controle interno eficaz, citando casos como o da Câmara de Major Vieira (SC), onde o TCE-SC confirmou a obrigatoriedade do sistema mesmo para municípios pequenos, e o de Espírito Santo do Pinhal (SP), cujas contas foram reprovadas devido à falta de efetividade do controle interno. “O controle interno ele é para ser os olhos do gestor no que acontece lá dentro, e não o olho no gestor”, esclareceu, defendendo a importância de um controlador interno efetivo e independente.

Ele delineou as etapas para a implementação do sistema: diagnóstico institucional, institucionalização legal, nomeação de responsáveis, criação de normativos e fluxogramas, execução de auditorias, monitoramento e revisão contínua, visando à integração com o planejamento institucional da Câmara. “Controle interno não é entrave, é ferramenta de apoio à administração pública eficiente, ética e transparente”, concluiu Sposito.

Jefferson Blun complementou a apresentação destacando a transformação na Câmara de Cáceres desde a entrada dos servidores concursados, há 10 anos, incluindo a criação da Ouvidoria e a estruturação do controle. Ele apresentou o Portal da Transparência da Câmara, ressaltando o uso das ferramentas do Interlegis, como o Portal Modelo e o SAPL, que foram cruciais para a conquista do selo diamante de transparência no ciclo PNTP, com a Câmara alcançando 100% dos requisitos na avaliação interna. “Se tem alguma casa legislativa que ainda não fez adesão [aos produtos Interlegis], façam adesão, que vocês vão ver que vai ser um salto muito grande na administração da Câmara Municipal de vocês”, incentivou Blun.

A participação expressiva de representantes de Cáceres no 15º Engitec, com dois momentos de fala dedicados a temas tão importantes para o futuro do legislativo, evidencia o compromisso da Câmara Municipal com a modernização, a transparência e a eficiência. Ao compartilhar suas experiências e reflexões sobre Inteligência Artificial e Controle Interno, o vereador Cézare Pastorello e os servidores Lucas Sposito e Jefferson Blun não apenas enriqueceram os debates do evento, como também posicionaram Cáceres como um exemplo a ser seguido por outras casas legislativas do país que buscam trilhar o caminho da inovação e da boa governança.

Jornal O Comunitário News – Da Redação/Assessoria

SEJA PARCEIRO DO JORNAL O COMUNITÁRIO NEWS – PIX 65998011615

Anúncio Patrocinado
Anúncio Patrocinado

Cidade

Você não pode copiar conteúdo desta página