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REUNIÃO PÚBLICA: Populares falam sobre a falta de saúde básica nos bairros da cidade

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Encontro reuniu cidadãos, vereadores e autoridades bolivianas para discutir a precariedade da saúde pública em Cáceres e demandas urgentes da população

FOTO: Camilo/Assessoria

A Câmara Municipal de Cáceres promoveu, na noite de quinta-feira, 08 de maio, uma reunião pública destinada à discussão da crise instalada na saúde do município. O plenário, abarrotado de cidadãos comuns — os chamados populares — serviu de palco para a manifestação direta da população, a qual denunciou a ausência de estrutura nos postos de saúde, bem como a necessidade premente de construção de novas unidades nas zonas periféricas da cidade. Contou-se, ademais, com a participação de profissionais da medicina e autoridades políticas oriundas de San Matías — urbe boliviana situada na fronteira —, que também encaminha pacientes em estado grave para atendimento em Cáceres.

Durante a referida reunião, o povo, por fim, teve voz e vez. A senhora Maria dos Reis, residente no bairro Santo Antônio, próximo à BR-070, na saída para Cuiabá, dirigiu-se à tribuna para reivindicar a construção de uma unidade de saúde em sua localidade.

Maria dos Reis, moradora do bairro Santo Antônio – FOTO: Camilo/Assessoria

Disse que o bairro dista significativamente do Centro da cidade, e que há, entre seus habitantes, inúmeras crianças e idosos que carecem de cuidados médicos regulares. “Nós queremos o básico do básico”, asseverou.

O senhor Lázaro Gonçalves, tesoureiro da Associação de Moradores, prosseguiu, mencionando que já há terreno destinado à construção e que agora tudo “depende da boa vontade do poder público”.

Sublinhou que a unidade básica de saúde é imprescindível, dada a existência de moradores enfermos — em especial, os idosos — que não possuem condições físicas para longos deslocamentos. “Saúde de qualidade é um direito básico de todos brasileiros e é isso que queremos”, reiterou.

Encaminhamentos

O presidente da Câmara de Cáceres, vereador Flávio Negação (MDB), aproveitou a ocasião para informar os presentes quanto às ações do poder público no combate à crise sanitária vigente.

Flávio Negação, presidente da câmara de vereadores – FOTO: Camilo/Assessoria

Destacou que providências foram, sim, tomadas pelo município em conjunto com o Governo do Estado, e que tais medidas decorreram de mobilização contínua e da pressão exercida pelo parlamento municipal.

Uma das ações mais urgentes será a ampliação dos leitos no Hospital Regional, com o fito de mitigar a superlotação verificada tanto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) quanto no próprio hospital.

No que concerne ao município, será reativado o programa Sentinela, o qual proverá atendimento a crianças fora do regime de urgência ou emergência, de modo a aliviar a demanda da UPA. O programa funcionará a partir de sábado, 10 de maio, nas UBS dos bairros, das 19 horas à 1 hora da madrugada.

“Nada dessas ações seriam agilizadas se não fosse o trabalho de fiscalização dos parlamentares e também a divulgação da mídia”, asseverou, agradecendo aos veículos de imprensa locais. “Conseguimos um êxito para a cidade. A união faz a força e, quando isso acontece, sempre vai sair um resultado muito positivo”, concluiu o presidente da Câmara.

Reunião produtiva

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O vereador Pacheco Cabeleireiro (PP) salientou que a reunião pública foi sobremaneira proveitosa, dada a significativa participação dos cacerenses e até de autoridades do país vizinho.

Também destacou sua atuação, juntamente à dos demais vereadores, em prol de uma saúde mais digna para os cidadãos e cidadãs do município.

“Há um tempo atrás, eu e a vereadora Elis Enfermeira (PL) estivemos na UPA, fazendo uma blitz e constatamos a superlotação. E a UPA vem sendo usada como um hospital, situação muito triste”, lamentou o parlamentar.

Segundo os protocolos, os pacientes devem permanecer, no máximo, 24 horas numa UPA, antes de serem encaminhados para hospitais de maior complexidade. Contudo, em virtude da superlotação do Regional, muitos permanecem vários dias na UPA, provocando, assim, o colapso do sistema.

‘Recursos têm’

Cézare Pastorello defende prestação de contas e enfatiza que não há escassez de recursos para saúde – FOTO: Camilo/Assessoria

O vereador Cézare Pastorello, por sua vez, salientou o aumento de 150% nos repasses de recursos federais destinados à saúde do município, totalizando R$ 29,3 milhões no último ano. Informou que, anteriormente, a média dos repasses girava em torno de R$ 12,1 milhões.

“É importante levar essas informações à população para que ela, quando cobrar, não ouça como desculpa ‘que faltam recursos’. Recursos têm”, enfatizou.

Portas abertas

Os vereadores reafirmaram que as portas de Cáceres permanecerão abertas aos irmãos bolivianos de San Matías, destacando que o Sistema Único de Saúde (SUS) é universal e deve atender a todos, sem distinção de nacionalidade — sobretudo em áreas de fronteira.

Vereadora Valdiníria reforça o compromisso institucional com a dignidade no atendimento à população – FOTO: Camilo/Assessoria

O secretário de Saúde de San Matías manifestou preocupação com rumores acerca de eventuais recusas de atendimento a cidadãos bolivianos. Esclareceu que, neste ano, apenas 10 pacientes de San Matías foram referenciados ao Hospital Regional de Cáceres e que os encaminhamentos para a UPA não são praticados, sendo restritos a casos graves.

Ao ouvir a exposição, o presidente da Câmara asseverou que o parlamento exigirá da prefeitura a continuidade dos atendimentos “aos irmãos bolivianos”, em consonância com os princípios constitucionais brasileiros, segundo os quais a saúde é um direito de todos, sem fronteiras — sobretudo entre cidades gêmeas, como Cáceres e San Matías.

‘É um problema de todos’

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Encontro reuniu cidadãos, vereadores e autoridades bolivianas para discutir a precariedade da saúde pública em Cáceres e demandas urgentes da população – FOTO: Camilo/Assessoria

Nesse contexto, o médico boliviano Willian Belludo reforçou a inquietação do povo de San Matías com a situação da saúde em Cáceres. “Somos cidades irmãs. Moramos na mesma região, há muito intercâmbio cultural: brasileiros que moram lá, bolivianos que moram aqui, então, isso faz com que o problema na saúde da região seja um problema de todos”, declarou.

Participaram ainda da reunião as autoridades bolivianas David Rai (cônsul da Bolívia), Brendo Toro Olivares (Educação), Evelin Del Aguila (Educação), Scarlet Ricaldi (Educação), Emilio Flores (Educação), Petrona Paina (vereadora), Carla Deloque (vereadora), Fred Pena (vereador) e Luiz Pierone (coordenador de cursos de medicina e vereador).

Jornal O Comunitário – Da Redação/Assessoria

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