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MESTRE EM EDUCAÇÃO LANÇA LIVRO EM CÁCERES
[dropcap]N[/dropcap]o último dia 27, o professor Ms. Ascêncio Franco dos Santos publicou o livro intitulado Adolescentes: Nos Discursos das Artes de Governo e na Mídia pela Editora Appris-Curitiba\PR. A obra é uma descrição de como se constitui a criança e o adolescente a partir dos dispositivos de lei e também das mídias.
A autor é formado em Licenciatura em História com Mestrado em Educação com mais de 25 anos de atuação na área, atuando também como coordenador pedagógico no Sistema Socioeducativo de Cáceres. Em entrevista, o autor relata que foi durante sua atuação como coordenador no Sistema Socioeducativo, que surgiram suas inquietações acerca de como o governo e as mídias constituem a imagem da criança e do adolescente.
A obra Adolescentes: Nos Discursos das Artes de Governo e na Mídia é um convite ao leitor a um olhar mais atento para a realidade vivenciada por criança\adolescente em diversas instituições, sem o véu dos discursos montados para constituir essas crianças e adolescentes para a sociedade. Veja a entrevista do autor FRANCO, Ascêncio concedida a Patrícia Gonçalves, na íntegra:
“Fico preocupado com os modos de constituição do sujeito, também, estou atento aos processos que atravessam nossos corpos na atualidade, constituindo-nos e construindo nossas preferências, nossos desejos, nossos prazeres, nossos gostos, etc. As dimensões destes procedimentos dos dispositivos são multidimensionais, ou melhor, são forças, fluxos, fluidos, movimentos criativos ao infinito, o foco? Nossa existência!
As condições históricas estão postas. Há uma onda conservadora instalada na sociedade. Um sentimento de horror e ódio. Um ódio mortal, contra: crianças e adolescentes, em especial, estes de cor, negros e mestiços, com uma condição social e econômica bem determinada (pobre). Sujeitos localizáveis no tropo social de nossas cidades.
Há muito se bradava pela leniência dos dispositivos de lei, em especial o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Basta assistir aos telejornais nacionais, que essa poluição verborrágica invade nossos lares. Que horror! não vou citar os nomes dos periódicos – para não lhes dar voz. Antes de tudo, convido você que de repente não irá simpatizar com meu discurso a conhecer os espaços onde crianças e adolescentes são confinados, trancafiados e claro assim, dizemos educados ou reeducados.
Visitem as escolas municipais dos bairros afastados dos centros urbanos e conheçam também as estruturas das escolas do Estado, o ambiente, as cores das paredes, o pátio, que abriga as crianças e adolescentes nos intervalos das aulas. Melhor! vá até os bairros pobres e passe pelo menos um dia com uma família carente, onde os pais estão desempregados. Isto é apenas um convite, se, seu estômago não suporta certas coisas, não vá, continua como uma toupeira no seu “lar” doce lar.
Melhor, meu caro “cidadão/leitor”, te convido a conhecer uma instituição de enclausuramento por excelência, o sistema socioeducativo de sua cidade, ou a cadeia. É nesta instituição que “ensinamos” adolescentes a tratar de seres humanos. Veja como se trata o ser humano, lembro com discrição que o conceito “humano” foi inventado no século XVIII, pela utopia burguesa de que: a razão e a ciência – levariam a humanidade ao progresso e a felicidade”.
O autor encerra sua fala ressaltando que é necessário estarmos atentos para realidades vivenciadas por nossas crianças e nossos adolescentes e como nós os tratamos nas instituições disciplinares: família, creches, escolas, hospitais, centros de ressocialização.
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