Artigo
Um apelo aos Ministros de Deus
“Porque se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar,
pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não
anunciar o evangelho” (1 Coríntios 9.16).
[dropcap]E[/dropcap]ste artigo tem como objetivo problematizar alguns pontos que presenciamos nos últimos tempos em nossa Comunidade, doravante denominada Evangélica. Insta-nos falarmos sobre acontecimentos que deturpam as verdadeiras bases do verdadeiro Evangelho. São ponderações que tornam-se necessárias a partir do momento em que vemos, principalmente nos meios de comunicação, deturpações do Evangelho proposto e vivido por Jesus Cristo e ensinado pelo Apóstolo Paulo.
Vivemos uma época aterradora. O temor de Deus já desapareceu de muitas igrejas e, infelizmente, de muitos ditos Evangélicos. Tanto o povo como os Ministros, que deveriam viver e proclamar o Evangelho, acham-se conformados com o mundo. Agem de forma iníqua, zombam de Deus e nenhuma honra tributam ao Senhor Jesus. A estes tem o Deus Todo-Poderoso um pesado ultimato: caso não se arrependam de seus pecados, com os ímpios hão de perecer. Dessa forma, a Pregação e Ensino da Mensagem Divina nunca foi tão urgente quanto nestes últimos dias da Igreja na face da terra.
Convivemos numa época em que há uma enorme proliferação de Igrejas por todos os lados. Mas, não há preocupação com o verdadeiro Ensino da Mensagem de Jesus. A maioria estão mais preocupados em Status e Dinheiro. Promovem campanhas, anunciam cantores e pregadores e fazem muito barulho. No entanto, não há Ensino da Palavra de Deus e nem mesmo cuidado para que as pessoas possam encontrar a Fé em Cristo. Usam as Redes Sociais para disseminarem seus venenos o tempo todo e laçarem os incautos para suas teias diabólicas. Existem lives diárias com revelações e promessas de Prosperidade e Bênçãos. Isso não é Evangelho. Isso é uma Vergonha!
Jesus mesmo já não suporta as mensagens sociais e politicamente corretas. Ele exige uma postura Autêntica, Corajosa e Ousada de cada um de seus Mensageiros. Temos por Missão proclamar uma mensagem simples, porém eficaz. Foi assim que os pais da Igreja e os nossos pioneiros mudaram a história religiosa do mundo e de nosso país. A mensagem de que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e em breve vem buscar a sua Igreja. Mas, hoje, o que se vê nas mídias sociais e na TV são as invenções teológicas e inovações duvidosas sem base bíblicas como a teologia da prosperidade, confissão positiva e regressão espiritual.
Em 586 a.C. o Reino do Sul (Judá) sofreu a invasão babilônica e os filhos de Israel foram levados ao cativeiro. Antes, em 715 a.C., o Reino do Norte (Israel) tinha se findado com a invasão assíria. Tudo isso aconteceu em razão de não terem obedecido à Palavra de Deus. Ele havia alertado através de Moisés que o povo hebreu deixaria de ser cabeça e se tornaria cauda se desobedecesse a Ele. Deus também usou outros profetas para alertar o seu povo quanto ao risco de serem levados a um cativeiro. Aconteceu exatamente como o Senhor previra: os filhos de Israel ficaram em cativeiro durante 70 anos. Isto é um alerta para os nossos dias. Se Deus não poupou os filhos de Israel que é o povo escolhido, quanto mais a nossa geração corrupta que se distanciou do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo?
Uma das maiores aberrações dos nossos dias são o afastamento dos líderes religiosos dos princípios do verdadeiro evangelho. Os ministros que desonrarem ao evangelho, não ficarão impunes no Tribunal de Cristo. Infelizmente, muitos são os obreiros que, em vez de exaltarem a Cristo, desonram-no com a sua postura mundana e notoriamente perversa. Ainda que se declarem homens de Deus, vêm desviando a muitos da verdade. O que todos devemos saber, porém, é que Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isto também ceifará. O grande problema dos nossos dias é que a maioria dos pretensos líderes, não satisfeitos com os desígnios de Deus, fazem os seus próprios caminhos. Parece não entender que o Senhor não negocia a sua glória nem a sua soberania.
Os sacerdotes na época do Profeta Malaquias foram advertidos porque ofereciam sacrifícios defeituosos, animais cegos e enfermos. Nos nossos dias, não são poucos os obreiros que, ao invés de honrar o evangelho de Cristo, insultam o Senhor, apresentando-lhe um pão imundo e profano. Eles lidam com a Obra de Deus com descaso e de forma relaxada. Em relação a Igreja, tratam-na como se fora uma fonte de renda qualquer, usam-na como base de lançamento para suas ambições mercantis e políticas. Dessa forma, entregam as ovelhas de Cristo aos mercenários e as abandonam aos lobos.
É preciso urgentemente bradarmos contra essa mercantilização das almas e as prostituições no meio evangélico. É necessário que mostremos a verdadeira natureza do evangelho deixado por Jesus Cristo que é o amor ao próximo e a busca pelo Reino de Deus. Um dos maiores problemas dos dias atuais é que a maioria acredita que pode ser um pastor, um líder espiritual e, dessa forma, saem abrindo igrejas em quase todos os lugares. No entanto, o caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que a personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida.
Creio que Deus está muito enfadado com esses pretensos obreiros e já não os suportam. Acredito que, há igrejas, infelizmente, que caso encerrassem suas atividades hoje, pouco ou nenhum prejuízo trariam ao Reino de Deus. Não são a luz do mundo e nem são o sal da terra; não ganham almas e nem fazem missões. Que prejuízo trariam se fossem fechadas? Nenhum.
O que precisamos nestes últimos dias é de um retorno ao verdadeiro evangelho. É necessário um avivamento através da Palavra. Quantas blasfêmias os maus obreiros não têm levado os gentios a proferirem contra o santíssimo Deus? A situação é difícil: exige penitência e reconciliação.
Conclamo a todos a voltarmos para a Palavra. Sigamos e prossigamos em conhecer ao Senhor nosso Deus. É chegado o tempo de se dirigir apelos aos ministros de Deus a fim de que se arrependam de seus pecados. “Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós” (Malaquias 1.9).