Artigo
A conquista de corações e mentes pelo Discurso Religioso
Por Odair José da Silva
Vivemos uma época da História que temos ao nosso alcance uma gama infinita de recursos tecnológicos que facilitam a nossa interação social e nos bombardeia, o tempo todo, com muitas e muitas informações. No entanto, é salutar dizer que informação não é conhecimento e, por esse motivo, temos muitas pessoas à nossa volta com pouco ou
nenhum conhecimento das coisas. Tudo isso favorece a proliferação de pessoas mal intencionadas que se aproveitam da fragilidade alheia para disseminar suas mentiras e extrair benefícios que satisfaçam suas ambições e ganâncias. Nesse diapasão, vemos a disseminação de vídeos na internet que espalham feitos miraculosos em igrejas e templos
espalhados por nosso país e pelo mundo afora. Um verdadeiro show de horrores com danças, cantorias sem fim e pessoas rodopiando como se fossem piões jogados ao chão.
Enquanto isso, no Instagran, mulheres seminuas desfilam suas postagens na intenção de receberem seus likes e impulsionamentos através da erotização.
Essa mentalidade um tanto medíocre que toma conta de nossa sociedade me fez pensar sobre o contexto da Idade Média e as mentalidades ali existentes que foram, ao longo do tempo, um tanto refutadas como sendo um período de trevas e obscuridades.
Mas, será que não estamos vivendo dias piores? O que nos faz pensar que somos diferentes daqueles que eram subjulgados pela ideologia da grande dominadora daquele período. isto é, a Igreja Católica? Portanto, é salutar que possamos fazer uma análise, mesmo que superficialmente, devido o espaço, de como era o pensamento daquele
período e o pensamento de nosso tempo.
Na sociedade medieval, as mulheres desempenharam funções importantes. As camponesas auxiliavam sua família nas tarefas agrícolas cotidianas, enquanto as pertencentes às famílias nobres se encarregavam da tecelagem e da organização da casa, orientando o trabalho das servas. Muitas eram artesãs. Nos grandes feudos da Alta Idade Média existiam oficinas de produtos como pentes, cosméticos, sabão e vestuário com mão-de-obra inteiramente feminina. Mas todas elas, desde as servas até as mulheres da alta nobreza, estavam submetidas a seus pais e maridos. E a Igreja justificava e favorecia tal dominação, mostrando-se totalmente hostil ao sexo feminino. Alguns teólogos chegavam a afirmar que a mulher era a maior prova da existência do Diabo. “A sujeição da mulher foi defendida igualmente pela Igreja e pela aristocracia medievais. Todavia, ambas desenvolveram, contraditoriamente, atitudes que revelaram uma posição de superioridade da mulher; uma pelo culto da Virgem Maria e outra pelo ideal Cavaleiresco que transformava a mulher em musa inspiradora dos poetas e trovadores”, afirma a historiadora Emília Augusta Lins Freire.
Outros personagens, os religiosos, desempenharam um papel essencial na “Idade da fé”, como também ficou conhecido o período medieval. A partir do século VI, os mosteiros dos beneditinos e de outras ordens religiosas se multiplicaram. Neles, os monges copiavam os manuscritos que haviam sobrevivido à desordem das invasões
germânicas, ajudando a preservar a herança cultural greco-romana. Enquanto as paróquias dividiam entre si o território europeu, formando uma organização centralizada que muitas vezes serviu de apoio a um poder político fragmentado, os padres e bispos assumiam perante a sociedade a função de servir de intermediários entre Deus e os
homens, alimentando o forte sentimento religioso que se difundiu pela vida cotidiana. “Por toda a Europa reinava apenas uma Igreja; se um homem não era batizado na Igreja, não era membro da sociedade. Quem quer que fosse excomungado pela Igreja perdia automaticamente seus direitos civis e políticos. Era a Igreja que insistia em recomendar que os pobres não jejuassem tanto quanto os ricos e que proibia trabalho servil aos domingos. Era a Igreja que prestava serviço social aos pobres. Durante muito tempo nunca houve outra fonte de educação, além da eclesiástica. E era enorme a autoridade que a Igreja possuía, não só sobre as almas dos homens como também sobre
seus negócios.” Destaca o Historiador A. Fremantle.
Nessa intermediação entre Deus e os homens, o clero sempre procurou transformar os terrores do mundo em receios sobre a vida eterna. O peso da violência, o medo do sexo e da morte, eis alguns ingredientes do período capazes de criar nos indivíduos uma culpa surda e servir de obstáculo à felicidade dos homens. O medo do inferno se revelava mais forte que a crença na salvação: afinal, os diabos são seres terríveis, sempre à espreita.
Para conquistar corações e mentes, a Igreja não explorou apenas os temores deste mundo e do além. Santos e anjos foram apresentados como protetores capazes de neutralizar os projetos dos demônios e ao mesmo tempo de ajudar as pessoas no seu dia-a-dia, protegendo a saúde de crianças e adultos, favorecendo a fertilidade da terra e dos
rebanhos e afastando as catástrofes da natureza. Além disso, práticas pagãs se mesclaram às práticas cristãs, dando-lhes forte apelo popular e uma nova aparência que subsiste até os dias atuais. E é nesse ponto que gostaria de tecer a minha consideração sobre a relação dos tempos medievais e o nosso tempo com suas semelhanças e disparidades.
Hoje, com o avanço desenfreado das redes sociais, é muito fácil propagar ideologias e crendices. As pessoas, uma percela considerável da população, não tem tempo para ler ou para buscar conhecimento e prefere receber as informações que aparecem em seus aparelhos celulares ou no computador. A TV e o cinema tem, também, a sua parcela de contribuição, mas não tanto como a internet. Por meio de canais nas redes sociais e influenciadores das mais diferentes ideologias, as pessoas estão se alimentando de falsas ideias e, pior do isso, se conformando com elas. A verdade é massacrada e escarnecida. O certo foi desvirtuado e o errado aceito como norma geral das coisas. Não
se pode falar contra determinados segmentos sem correr o risco de ser execrado pela sociedade. Enquanto isso, joves aderem as últimas tendências disseminadas pelas mídias sociais. Corações e mentes, outrora dominados pela ideolgia perversa de dominação da Igreja, agora são controladas e massacradas pelas ideologias profanas disseminadas pelas redes sociais.
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19 de abril de 2023 at 08:38
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