Destaque
Covid 19 pode ser vencido pela Aspirina
Aspirina pode reduzir risco de óbito
e internação por COVID em UTIs
Na luta contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), muitos estudos ainda estão em desenvolvimento, principalmente na busca por remédios eficazes contra a infecção viral. Se as vacinas avançaram muito neste um ano de pandemia para a prevenção, os remédios para o tratamento nem tanto. Agora, um estudo preliminar norte-americano revelou que a Aspirina (ácido acetilsalisílico), em doses baixas, pode ser um eficaz aliado contra a COVID-19, reduzindo a necessidade internação e óbito.
De fácil acesso e bastante conhecida, a Aspirina usada como tratamento pode evitar a necessidade internação dos pacientes em unidade de terapia intensiva (UTI) e, consequentemente, o óbito de pessoas já contaminadas pelo coronavírus. A ideia por trás de seu uso está no fato de que o medicamento impede a formação de pequenos coágulos no sangue, de acordo com a equipe de pesquisadores da George Washington University (GWU), nos Estados Unidos. O estudo inicial foi publicado na revista científica Anesthesia & Analgesia.
Aspirina contra a COVID-19
“A razão pela qual começamos a olhar para a aspirina e a COVID-19 é porque, na primavera, nós percebemos que todos esses pacientes [da infecção viral] começaram a desenvolver muitas complicações trombóticas ou muitos coágulos sanguíneos que se formaram em seus corpos”, explica o Dr. Jonathan Chow, pesquisador envolvido no estudo e professor na Escola de Medicina e Ciências da GWU, durante entrevista para o canal de TV CNN.
Nestas condições, os pesquisadores apontam que a aspirina pode ajudar na redução das reações do corpo à infecção, evitando que se formem coágulos sanguíneos e que esses se transformem em casos mais graves de trombose. Fora desse uso experimental, a sua composição é muito utilizada no tratamento de dor, febre e inflamações.
Aspirina ajuda contra o coronavírus?
Para verificar a eficácia do medicamento, a equipe de pesquisadores examinou os registros de 412 pacientes internados em diferentes hospitais dos Estados Unidos entre março e julho de 2020. Deste total, cerca de 24% dos pacientes receberam aspirina em até 24 horas após darem entrada no hospital ou nos sete dias antes da admissão hospitalar. No entanto, a maioria dos participantes (76%) não recebeu o medicamento.
De acordo coma análise dos cientistas, o uso de aspirina foi associado a uma redução de 44% na necessidade de ventilação mecânica, uma redução de 43% na admissão em UTI e uma redução de 47% na mortalidade hospitalar. No entanto, os resultados ainda não são definitivos.
“O uso de aspirina pode estar associado a melhores resultados em pacientes com a COVID-19 hospitalizados [casos graves]. No entanto, um ensaio clínico randomizado e controlado com potência suficiente é necessário para avaliar se existe uma relação causal entre o uso de aspirina e a redução da lesão pulmonar e da mortalidade em pacientes com a COVID-19”, apontam os autores do estudo, no artigo.
Nesse sentido, o baixo número de participantes medicados com a aspirina (78 voluntários infectados) e a questão da escolha do grupo medicado e placebo não terem sido aleatórias limitam os resultados. Para uma conclusão mais acertada e definitiva, o pesquisador Chow aponta para um estudo britânico, ainda em desenvolvimento, chamado de Recovery Trial. Quando publicado, será possível uma nova abordagem para o medicamento, caso seja benéfico.
É importante ressaltar que qualquer medicação deve ser indicada por um médico para o eventual tratamento da COVID-19. Inclusive, a Aspirina pode apresentar diversos efeitos colaterais. Apesar de ser comercializado sem receita, o medicamento deve ser usado com moderação já que pode dificultar a coagulação do sangue, por exemplo. Popularmente, este efeito de antiagregante plaquetário é conhecido por “afinar” o sangue. Além disso, o uso não é recomendado para inúmeros pacientes com determinadas condições preexistentes. Automedicação pode ser perigosa, consulte seu médico!
.